Torna-se cruel perceber o quão insuficiente sou para ti. Eu dou e dou; eu dou e dói.
Pedes-me sempre mais. Nesta constante prova de algo, é-me cada vez mais impossível chegar aos teus elevados parâmetros. Mesmo assim, buscando forças a sítios desconhecidos, eu tento e continuo a tentar – numa espiral suicida que me esgota a todos os níveis e que me demonstra a grotesca falta de amor-próprio que sinto por mim mesmo.
Esgotado. Sugado. Sem forças
Mais e mais. Mas eu não tenho mais. Sou só isto. E tudo o que sou, é teu. E o pouco que sou, também o é. Sempre pouco. Mesmo quando dou tudo.
Envergonhado, acabo por não querer mais isto. Afinal, que mais formas há para provar que te mereço? É-me impossível. Mais para ti, menos para mim. Resta tão pouco que deixei de ser eu mesmo.
Penso em fugir, mas estaria apenas a contar horas para regressar ao teu controlo.
É sempre assim:
Eu, totalmente teu.
Tu, sempre em primeiro lugar.
De mim? Não resta nada.