Produto de uma fratura emocional, morri naquele lugar.
Cada um no seu canto, doendo a dor
de cada um. Agora. Mas também antes, naquele lugar. Miseráveis juntos, ali,
fingindo que não. Adormecidos no confortável silêncio, aconchegados em rancor e
engasgados no próprio ego.
E eu, vítima afetiva de um
sentimento qualquer em part-time, prisioneiro daquelas paredes que ainda me
perseguem. Penso que nunca serei o que poderia ter sido.
Se tivesse sido.
Diferente.
Mas não foi. Mas não é.
Sobrevivi sem saber a que custo,
embora hoje diga que não custou assim tanto. Apaguei de mim. Não recordo,
justifico com leveza. Mas já não sei respirar.
Morri naquele lugar.
E só eu sei disso.