quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ASVP

Produto de uma fratura emocional, morri naquele lugar.

Cada um no seu canto, doendo a dor de cada um. Agora. Mas também antes, naquele lugar. Miseráveis juntos, ali, fingindo que não. Adormecidos no confortável silêncio, aconchegados em rancor e engasgados no próprio ego.

E eu, vítima afetiva de um sentimento qualquer em part-time, prisioneiro daquelas paredes que ainda me perseguem. Penso que nunca serei o que poderia ter sido.

Se tivesse sido.

Diferente.

Mas não foi. Mas não é.

Sobrevivi sem saber a que custo, embora hoje diga que não custou assim tanto. Apaguei de mim. Não recordo, justifico com leveza. Mas já não sei respirar.

Morri naquele lugar.

E só eu sei disso.