segunda-feira, 5 de maio de 2025

on the table.

Queria ser mais que um lugar à mesa.

Na tua mesa, isto é.

Ao teu lado ou não, tanto faz.

Aquecer uma cadeira de madeira qualquer, ao som de gargalhadas reconfortantes, pela luz de olhares íntimos, confortavelmente confortáveis no calor aconchegante do que somos.

Fomos. Fomos! Não me posso esquecer – não somos nada; não sou de ninguém.

Mas, mesmo assim, eu queria. Queria ser mais que um lugar à mesa. Queria mesmo, quando, na verdade, nem sou aquele pedaço mastigado que cuspiste e deixaste no canto do prato.

No canto daquele prato lascado.

Lascado como eu.

Sem estar totalmente partido, mas irremediavelmente danificado.

A cair aos pedaços.

Sem mesa.

Sem prato.

Sem nada.