Tu não sabes. Eu não te digo.
Eu não consigo, não alcanço mais que isto – atinjo apenas onde precisas.
“Tu és um perigo.”, dizes-me, “Com essas falinhas mansas a dizer o que quero ouvir.”.
E eu gosto disso. Sedento por isso, viciado nisto. Uso cada pedaço, coleciono cada emoção. Faço-o sem maldade, confesso. Faço-o, apenas, como um hábito, uma rotina. Mas, depois, lamentavelmente, farto-me deste perigoso jogo.
Ganhei mais do que perdi, penso, mesmo que não seja verdade.
Não há estabilidade no que te transmito. Quero-te, toda, ali, para o que for. Dentro de ti. Fora de mim. Sou este buraco negro que não consegues ver, cega pelo que achas que eu sou – pelo que eu te mostro. Monstro. É desalumiado aqui dentro.
As coisas partem-se.
Peço desculpa pelo que vai acontecer.