Desesperado. Atropelando palavras. Sem fôlego.
Ouvi-me a defender-te.
Estavam a defender-me, só isso.
Repito, com as melhores das intenções, estavam a defender-me. E eu apressei-me
a defender-te.
A ti.
Como se precisasses. Como se fosse
mentira. Como se não tivesse escrito incalculáveis palavras iguais. Como se não
visse a realidade. Como se a tua forma de manifestar afeto não fosse espelhada
pela posse. Como se não julgasses que me estavas a fazer um favor. Como se não
tivesse registado nódoas negras, causadas por ti, com orgulho, como uma medalha
de honra – primeiro lugar em negação.
Continuei a defender-te como se as
acusações fossem descabidas.
Defendi-te de tudo o que me fazes
diariamente. Mascarei e embelezei as tuas atitudes. Tal qual alguém habituado a
uma verdade demasiado cruel para escrever.
Estavam certos em tudo. Eu não. Mas
fi-lo na mesma.
E
ali, fiz-te parecer ser a melhor pessoa do mundo.
Porque
és. Para mim. Por muito que me magoes. Por muito que sangre por ti…