quarta-feira, 28 de agosto de 2024

cixot

Desesperado. Atropelando palavras. Sem fôlego.

Ouvi-me a defender-te.

Estavam a defender-me, só isso. Repito, com as melhores das intenções, estavam a defender-me. E eu apressei-me a defender-te.

A ti.

Como se precisasses. Como se fosse mentira. Como se não tivesse escrito incalculáveis palavras iguais. Como se não visse a realidade. Como se a tua forma de manifestar afeto não fosse espelhada pela posse. Como se não julgasses que me estavas a fazer um favor. Como se não tivesse registado nódoas negras, causadas por ti, com orgulho, como uma medalha de honra – primeiro lugar em negação.

Continuei a defender-te como se as acusações fossem descabidas.

Defendi-te de tudo o que me fazes diariamente. Mascarei e embelezei as tuas atitudes. Tal qual alguém habituado a uma verdade demasiado cruel para escrever.  

Estavam certos em tudo. Eu não. Mas fi-lo na mesma.

E ali, fiz-te parecer ser a melhor pessoa do mundo.

Porque és. Para mim. Por muito que me magoes. Por muito que sangre por ti…