De frente para ti, acompanho os
teus passos, ciente de que se encarreiram apressadamente até mim; os teus
braços, abrindo-se a meio gás, revelam o teu peito, como que um convite para
regressar a casa; o teu sorriso, acima de tudo, o teu sorriso – melancolicamente
partilhado pelos teus olhos – perfuram os meus como que tentando ler-me o
pensamento.
Um segredo partilhado entre os
dois.
Inevitavelmente e deliberadamente,
tu vais magoar-me – vais-me sempre doer. E eu, zonzo, vou acolher o teu abraço.
Não preciso de mais nada. Vou ser
completo, novamente.
Encaixados neste local só nosso.
Familiarmente confortáveis nisto que tão bem mal nos faz. Destruindo-nos
mutuamente até que não reste mais nada. Sorrindo no silêncio. Olvidando o quão
prejudiciais somos um para o outro.
Presos.
- Dóis-me tanto.
- Tu mais.
- Prometes?