Há dias em que tu não gostas muito de mim. E hoje é um deles. Eu sei que sim. Consigo vê-lo na forma enrugada em que vestes a tua falta de paciência, sabes?
Podes culpar-me por isso. Aliás, a culpa não é de mais ninguém. (ia citar uma série que vi há uns tempos, mas sei que achas que introduzir inglês, no meio das frases, é ridículo por isso fico-me por…) Sou difícil e complicado de lidar. Eu compreendo, eu sei. Mas, no meio dessa aceitação, é-me tão estranho não conseguir traduzi-lo, de melhor forma, em palavras.
Esta tua maneira de gostares de mim como um mal-me-quer. Ora sim, ora não.
Quer dizer, digo isto como se fosse um escritor nato – pouco sei eu escrever, vamos ser sinceros. Até porque, na verdade, já usei a referência do mal-me-quer em 2006. Reciclar algo escrito por mim, faz de mim um escritor? Não, não faz... Enfim, estou a desviar-me do assunto.
Pois bem, já que estamos a ser sinceros, e até te contava isto como se fosse um segredo ou uma imensa revelação, mas tu conheces-me melhor que ninguém, na maioria dos dias, eu também não gosto muito de mim. Não posso esperar que o faças quando nem eu faço, certo? Sou uma merda. Uma merda pura. Pouco há acrescentar sem ser isso.
No entanto, ao mesmo tempo, sei que gostas de mim como ninguém. Mesmo nos dias em que não gostas muito de mim.
E acabo por ficar com essa ideia, sem espaço para mais nada, na esperança de que amanhã tenhas mais paciência para mim, para o que sou. Na esperança de que amanhã gostes um pouco de mim.
Alguém devia fazê-lo.
Até amanhã. E obrigado.