No meio de tudo isto – isto, este caos que insisto em romantizar –, quero que saibas que dei tudo.
Por ti, sempre por ti.
E para quê? Para dizer a verdade, nem sei. Esperei ontem e espero hoje, mas por mais que o faça, nunca te encontro no sítio em que te perdi.
Diria que amanhã será diferente, mas eu repito todos os meus padrões de procura. Nunca me atrevo a sair da minha área de conforto porque só tu me confortas.
Perdido porque te perdi.
E é assim que vivo, é assim que vou sobrevivendo. Sem perceber que se for na direção oposta ao que me ensinaste, talvez aí consiga encontrar-me. Meio vivo ou meio morto. Ecoando palavras, repetindo-as, palavras gastas essas, sem saber se, na verdade, as ouvi de ti:
- E agora?
- Agora acabou.
- Como?
- Tu sais pela porta e nunca mais olhas para trás.
- E se olhar?
- Se olhares, estaremos aqui.
- Só eu e tu?
- Como se nada tivesse acontecido.
- Mas vai doer.
- Vai. Mas se não fores, vai doer ainda mais.
- E tu?
- Eu fico aqui. Sem ti. Contigo. Sempre.
- Sempre.
E eu fiquei. Por ti. À espera. Sempre à espera, de ti ou de mim – de nós.
Mas dei tudo. O que tinha e o que não tinha. Preciso que o saibas – quando estiveres tão longe que nem tão pouco te lembras do que senti por ti –, preciso que saibas que dei tudo. Tudo.
Só que não foi suficiente.
Nunca é.