Escrevi-te, uma outra vez.
Sob a fraca luz do candeeiro
esmorecido, deixei os vagos pensamentos rodopiarem-me por entre os dedos frios.
Engraçado que, na verdade, nem tinha grande coisa para te dizer. Honestamente,
nunca tenho. Todavia, sinto-me contratualmente preso a este contrassenso que é dar
nome a todas as minhas palavras, enquanto as redijo demoradamente, e sei que, no
fundo do meu oco ser, nenhuma palavra me resta.
Mas, escrevi-te. Entregando-te o
resto de qualquer resto. Mesmo que nada reste. Porque até o meu nada, é inteiramente
e inevitavelmente, teu.
Teu.
... Só para que fique escrito.