terça-feira, 3 de outubro de 2023

20230929

Nunca tive tão certo na vida como neste momento: não tenho ninguém. Especificamente nesta batalha – nesta que carrego sozinho, por duas pessoas.

Não digo que não exista quem me queira ajudar, pelo contrário, mas não o podem fazer. Estou aqui. Sozinho. No cenário mais assustador pelo qual já passei.

Outra vez.

E estou sozinho. E custa. E dói. E mete medo. E faz-me perceber que não tenho ninguém.

Esta cidade engole-me, a escuridão das ruas persegue-se. Em meu redor, multidões atarefadas, submersas na sua própria vida – a banda sonora da minha solidão é a sua gargalhada.

Estou apavorado. Estou desesperado. Estou sufocado. Sem respostas. E sem nenhum ombro para me apoiar.

Percorro estes caminhos, que pouco conheço, distraindo-me, novamente, de trivialidades que eventualmente se esgotam e depois? Sozinho. Uma e outra vez. Sempre assim. E só quero que isto passe.

Como foi que disseste no outro dia?

A mãe não se aguenta. Fui forte no outro, neste não consigo.

Yap…